Varandas da zona história de Vila Real estudadas na UTAD
2009-06-08
É nesse sentido que a instituição apresentou um estudo sobre as varandas antigas de Vila Real, na passada semana e onde se procurou demonstrar a aplicação de conhecimentos etnomatemáticos por parte dos artesãos que trabalham em ferro forjado.
O trabalho foi realizado por uma docente de matemática do Agrupamento de Escolas de Santa Marta de Penaguião, Gisela Alexandra Fernandes Parafita, no âmbito das suas provas de mestrado na área, sob a orientação da professora e investigadora da UTAD Cecília Costa.
Passadas a pente fino e fotografadas inúmeras varandas, do edifício da Câmara Municipal de Vila Real, do solar da família de Camilo Castelo Branco, Largo de «O Vilarealense», Avenida de Carvalho Araújo, Rua Luís de Camões, Rua da Misericórdia, entre outras, foram depois analisadas com detalhe nos seus motivos, repetições e variações, demonstrando-se a existência de Sete Grupos de frisos como unidade permanente nos modelos matemáticos aplicados pelos respectivos artesãos.
Pode assim reconhecer-se que na zona história de Vila Real persiste uma arquitectura tradicional que dá grande visibilidade a um conjunto de aplicações etnomatemáticas, sobretudo ao nível dos frisos, mostrando também como o universo artesanal oferece, por vezes, um leque de valores e saberes que passaram de geração em geração e que importa ter em conta.
Arte de serralheiro
De resto, este estudo foi buscar também os testemunhos e experiências de dois serralheiros que resistem na sua actividade na cidade trasmontana. António Reis, com 57 anos, agarrou a arte de seu pai com dez anos e continuou-a até hoje, inovando-a como pôde nos seus engenhos: primeiro usava um fole para manter as brasas acesas e mais tarde adaptou um aspirador e a roda de um carro para fazer a própria forja (o carvão ficava na roda onde o aspirador era ligado para poder deitar o ar).
Alberto Pinto, aos 78 anos e serralheiro desde os 14, orgulha-se de ter construído muitas das varandas, grades e portões de Vila Real, destacando-se o Palácio de Mateus e o Banco de Portugal, embora nunca tenha enriquecido com a arte (“Quem do ferro faz farinha, não compra lenha nem linha”, é como diz).
Passadas a pente fino e fotografadas inúmeras varandas, do edifício da Câmara Municipal de Vila Real, do solar da família de Camilo Castelo Branco, Largo de «O Vilarealense», Avenida de Carvalho Araújo, Rua Luís de Camões, Rua da Misericórdia, entre outras, foram depois analisadas com detalhe nos seus motivos, repetições e variações, demonstrando-se a existência de Sete Grupos de frisos como unidade permanente nos modelos matemáticos aplicados pelos respectivos artesãos.
Pode assim reconhecer-se que na zona história de Vila Real persiste uma arquitectura tradicional que dá grande visibilidade a um conjunto de aplicações etnomatemáticas, sobretudo ao nível dos frisos, mostrando também como o universo artesanal oferece, por vezes, um leque de valores e saberes que passaram de geração em geração e que importa ter em conta.
Arte de serralheiro
De resto, este estudo foi buscar também os testemunhos e experiências de dois serralheiros que resistem na sua actividade na cidade trasmontana. António Reis, com 57 anos, agarrou a arte de seu pai com dez anos e continuou-a até hoje, inovando-a como pôde nos seus engenhos: primeiro usava um fole para manter as brasas acesas e mais tarde adaptou um aspirador e a roda de um carro para fazer a própria forja (o carvão ficava na roda onde o aspirador era ligado para poder deitar o ar).
Alberto Pinto, aos 78 anos e serralheiro desde os 14, orgulha-se de ter construído muitas das varandas, grades e portões de Vila Real, destacando-se o Palácio de Mateus e o Banco de Portugal, embora nunca tenha enriquecido com a arte (“Quem do ferro faz farinha, não compra lenha nem linha”, é como diz).
Retirado do site: http://www.cienciahoje.pt/index.php?oid=32331&op=all. acesso em 29/05/2015 as 9:52
Hb Metais Serralheria
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